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A HISTÓRIA ORAL E A ORALIDADE PROTESTANTE NO BRASIL: TEORIAS, EXPERIÊNCIAS, PESQUISAS.

Leandro Seawright

Doutorando em História Social – FFLCH/USP.

leandroneho@gmail.com

 

EMENTA

O estudo da memória coletiva religiosa a partir da experiência do protestantismo brasileiro. Sobre as teorias da história oral como concebidas pelo Núcleo de Estudos em História Oral, NEHO/USP. A análise dos principais conceitos da história oral e seus desdobramentos em relação aos estudos dos ramos histórico e pentecostal do  protestantismo brasileiro. Gêneros narrativos;  comunidade de destino, colônia e redes; entrevistas; o “corpus documental”; transcrição, textualização e transcriação em história oral; a validação da entrevista e as análises possíveis. As diferentes experiências de campo vivenciadas em trabalhos de pesquisa e o valor dos aspectos empíricos em abordagens derivadas da oralidade religiosa. A análise de pesquisas que combinaram oralidade, história oral e protestantismo brasileiro. Cruzamentos possíveis com a etnografia, a sociologia e, sobretudo, com a historiografia. Diálogos entre pesquisadores e avaliação conjunta de propostas acadêmicas.

PROGRAMA:

Dia 11:

* A memória coletiva religiosa;

* Oralidade no protestantismo histórico e pentecostal;

* Definições de história oral;

*  A história oral brasileira.

Dia 12:

* A análise dos conceitos da história oral;

* História oral: metodologia ou disciplina?

* Gêneros narrativos;

*Comunidade de destino, colônia e redes.

 

Dia 13:

*  Como fazer entrevistas de história oral;

* o “corpus documental”;

* transcrição, textualização e transcriação em história oral;

* validação e ética;

* as análises possíveis.

Dia 14:

*Experiências de pesquisa;

*Escuta de entrevistas e visualização de documentos;

*Debate sobre experiências acadêmicas;

*Cruzamento possíveis com a etnografia, a sociologia e a historiografia.

 

Bibliografia

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. (Re)introduzindo a História Oral no Brasil. São Paulo: Xamã, 1996.

___________. Memória, história oral e história. Oralidades (2010): 179-191.

___________. HOLANDA, Fabíola. História Oral, como fazer, como pensar. São Paulo: Editora Contexto, 2007.

___________. RIBEIRO, Suzana Lopes Salgado. Guia prático de história oral: para empresas, universidades, comunidades, famílias. São Paulo: Contexto, 2011.

Centro de Estudos Rurais e Urbanos, 1994. Nº 5, série 2. p. 52 – 60.

____________.  História Oral Como Fazer Como Pensar. São Paulo: Contexto, 2007.

____________.  Manual de História Oral 5ª. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

____________. A Colônia brasilianista: história oral de vida acadêmica. São Paulo: Nova Stella, 1990.

____________. Manual de História Oral 5ª. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

____________. Memória, história oral e história. Oralidades (2010): 179-191.

 

 

PROTESTANTISMO E MÚSICA: IDENTIDADES E HISTORICIDADES

Daniel Ely Silva Barbosa

Doutorando em História  – UFPE

historia1211@yahoo.com.br

 

EMENTA

Nas últimas décadas tornam-se cada vez mais presentes as bandas e os(as) cantores(as) do segmento evangélico na mídia. No Brasil e no mundo este “Mercado Gospel” tem ganhado espaço em vários meios de divulgação, momento em que emerge um novo perfil de fiel/espectador que passa a consumir novos tipos de produtos religiosos que são disponibilizados através de programas de rádio, TV e sites da internet, onde numa combinação que envolve mídia, fé e mercado, é teatralizado um “espetáculo da fé”. Mas, nem sempre esta dita “música contemporânea evangélica” fez parte do meio protestante. Em suas primeiras décadas de existência a maior parte das igrejas evangélicas do Brasil adotava os chamados “hinos tradicionais”, que são, em grande medida, traduções de hinos estadunidenses e europeus. Esta característica foi quase hegemônica desde meados do século XIX até a década de 1950. Neste sentido, a proposta deste minicurso é abordar e debater a historicidade da música protestante, avaliando as relações existentes entre história, música, religiosidade, mercado, identidades, para assim pensarmos este fenômeno religioso em suas multifacetadas manifestações e relações com a cultura.

 

Palavras-chave: História, Protestantismo, Música.

 

 

MINI CURSO: AFILIAÇÃO A IGREJAS RÍGIDAS NO BRASIL: EXPERIÊNCIAS DE CONVERSÃO AO PENTECOSTALISMO CLÁSSICO

Monalisa Ribeiro Gama.

Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais, UFCG.

gamamonalisaribeiro@outlook.com

 

 

EMENTA:

Nos últimos 30 anos o número de adeptos da Igreja Católica no Brasil diminuiu de forma significativa.  As estatísticas também demostram que nos últimos 30 anos os evangélicos passaram de 3% a 22% da população brasileira, estando registrados cerca de 16 milhões de novos adeptos, sendo dessa parcela 60,0% referidos aos pentecostais (IBGE, 2010). Neste cenário, a igreja Assembleia de Deus (IEAD) surge como a que conseguiu atrair o maior número de novos seguidores nos últimos dez anos: passou de 8,4 milhões para 12,3 milhões, de acordo com o censo citado, tornando-se um desafio às interpretações de uma Sociologia do pentecostalismo. Como explicar o estrondoso crescimento de um conjunto de igrejas tradicionais marcadas por acentuado rigor ascético e sectário?

A partir desse cenário buscamos elucidar o fenômeno da conversão a essa proposta de religiosidade, através dos processos de aceitação e afiliação às visões de mundo e filosofias de vida disponibilizadas por esta denominação, a fim de tornar possível uma compreensão do sucesso de modelos rígidos de religiosidades em contexto de mudança social.

 

PROGRAMA:

Aula 1: Religiões em Movimento: Uma leitura do campo religioso brasileiro a partir do Censo de 2010.

Aula 2: O Pentecostalismo e a História da Assembléia de Deus no Brasil

Aula 3: A Assembleia de Deus ontem e hoje: uma crítica ao conceito de “neopentecostalização”

Aula 4: Estudo de caso: Experiências de conversão na Assembleia de Deus em Campina Grande - PB

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ALVES, Maria de Fátima. Transformações Religiosas e Culturais no Contexto Brasileiro: refletindo a partir de um cenário pentecostal de Recife/PE. In: Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, ano 13, n. 15, p. 83-113, Jul./Dez. 2011.

FRESTON, Paul. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

GAMA, M. R. O Preçoda Conversão: Análise das Trocas Simbólicas e dos Mecanismos de Subjetivação dos conversos na Assembléia de Deus. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, PPGCS/UFCG, 2015.

TEIXEIRA, Faustino (Org.) Religiões em Movimento: o censo de 2010. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

 

PROTESTANTISMO E SOCIEDADE BRASILEIRA – PROPOSTA DE MINI CURSO

Sergio Pretes Lima

Doutorando em Ciências Sociais. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ

sergio277@gmail.com

 

EMENTA:

Tendo em vista o crescente interesse que o tema protestantismo tem provocado em diversas instituições de pesquisa, tanto na graduação quanto na pós-graduação e um aumento muito grande de pesquisas em diversos programas e campos, como história, sociologia, geografia e antropologia, é pertinente esse enfoque e abertura para a discussão dos temas relacionados ao protestantismo e à sociedade brasileira. A proposta deste mini curso é contribuir e oferecer, tanto a graduandos quanto a pós-graduandos oportunidade de partilhar pesquisas no campo da sociologia, da antropologia e da história do protestantismo, prática religiosa cuja inserção no país completa em 2016, 160 anos.

O objetivo também é não apenas oportunizar instrumentos para pesquisas de campo mas ainda promover escuta da etnografia de pesquisas ainda em andamento e também a troca de experiências com os que estão iniciando seu campo de pesquisa na área, proporcionando um diálogo profícuo entre história e ciências sociais, tendo como pano de fundo o protestantismo e a sociedade brasileira.

Programa:

1.A inserção do protestantismo no Brasil e suas especificidades

. Apresentação geral do tema e das denominações brasileiras;

. Relação pesquisador-pesquisado;

. Universo simbólico protestante.

 

2.Protestantismo de missão e imigração e suas especificidades

. Ações e reações;

. Conformismo e inconformismo com o status quo.

 

3.Escuta e diálogo

. Tensões entre denominações históricas e denominações neopentecostais;

. Práticas e pesquisas de campo;

. Discussão das propostas de pesquisas sendo produzidas ou que serão realizadas.

 

 

 

COMO ESCREVER BIOGRAFIAS

Dr. Roberval da Silva Santiago

Universidade Federal de Campina Grande

berral@bol.com.br

 

EMENTA

A história sempre teve estreita relação com as narrativas biográficas. A renovação historiográfica que se desenvolveu durante todo o século XX apontou caminhos e reinvenções para as narrativas de vida. No caso específico da história das religiões, sua estruturação em torno de lideranças (WEBER) aponta para um interesse particular pelos papéis destas lideranças nas organizações religiosas. Neste mini-curso iremos acompanhar as referidas reinvenções das histórias de vida e sua relação com a história religiosa.

PROGRAMA:

1.A Reinvenção biográfica

2.A construção de biografias: conceitos

3.A construção de biografias: métodos

4.Oficina de construções biográficas

BERLIN, Isaiah. O ouriço e a raposa. Estudos sobre a humanidade: uma antologia de ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína (Orgs.). Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996.

CHARTIER, Roger. A história hoje: dúvidas, desafios, propostas. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, 1994.

DEL PRIORE, Mary. Biografia: quando o indivíduo encontra a História. Topoi, v.10, n. 19, 2009, p. 7-16. Disponível Em: http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/topoi19/topoi%2019%20-%2001%20artigo%201.pdf  . Acesso em: 25/03/2011

DOSSE, François. O desafio biográfico. Escrever uma vida. São Paulo: Edusp, 2009.

DUBY, Georges. Guilherme Marechal ou o melhor cavaleiro do mundo. Rio de Janeiro: Graal, 1987.

FABIANI, Jean-Louis. O que resta do agente social? A análise sociológica frente à exemplaridade biográfica e à diminuição de si.Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 14(1): 33-65, maio de 2002.

GAY, Peter. A experiência burguesa: da Rainha Vitória a Freud: o coração desvelado. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

LEVILLAIN, P. Os protagonistas: da biografia. In: RÉMOND, R. (org.) Por uma História Política. Rio de Janeiro: FGV, 2003, p. 141-184.

PETERSEN, Sílvia. Algumas interrogações sobre as tendências recentes da historiografia brasileira: a emergência do novo e a crítica do racionalismo. LPH. Revista de História, v. 3, n. 1, 1992. PROST, Antoine. Como a história faz o historiador? Anos 90, Porto Alegre, PPG em História da UFRGS, n. 14, dez. 2000.

SCHMIDT, Benito Bisso. Trajetórias e vivências: as biografias na historiografia do movimento operário brasileiro. Projeto História, São Paulo, PUC/SP, n. 16, fev. 1998.

XAVIER, Regina. Biografando outros sujeitos, valorizando outra história: estudos sobre a experiência dos escravos. In: SCHMIDT, Benito Bisso (Org.). O biográfico: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: ômega, 2001.

 

 

FONTES PARA A HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO

Mtd. Prof. Cláudio Roberto de Souza, UFPB

Drd. José Roberto de Souza, UNICAP

 

EMENTA

Este minicurso analisará as formas de utilização de alguns conjuntos de fontes para a história do protestantismo no Nordeste do Brasil na transição do Império para a República, em particular, os jornais confessionais, os diários de missionários e livros de memórias e autobiografias de pioneiros que atuaram na região.

 

PROGRAMA

Dia 1 – Fontes para uma história do protestantismo: mapeamento ecrítica documental.

Dia 2 – Identificação e mapeamento de jornais em acervos denominacionais e digitalizados.Os diários de Simonton e Kalley.

Dia 3 – Análise do livro de memóriasde Salomão Ginzburg e da autobiografia de Júlio Leitão de Melo.

 

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Vicente Ferrer Wanderley de. Seitas protestantes em Pernambuco. Recife, Tipografia do Jornal do Commercio, 1906.

EVERY-CLAYTON, Joyce E. Winifred. Um grão de mostarda...documentando os inícios da Igreja Evangélica Pernambucana, 1973-1998. Recife, PE, 1998.

FLORES, Elio. Chaves. Dos ditos e Dos Feitos: história e cultura histórica. Saeculum - Revista de História.DH/PPGH/UFPB, 2007.

LEITÃO SANTOS, João Marcos. A ordem social em crise: a inserção do protestantismo em Pernambuco 1860-1891. Tese (Doutorado em história), USP/FFLCH, 2008.

MELO, Júlio Leitão de. De Roma para Cristo ou da morte para a vida: autobiografia. Edição do autor, 1960.

PINSKY, Carla Bassanesi (org.). Fontes históricas. São Paulo, Ed. Contexto, 2006.

REILY, Duncan Alexander. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo, Aste, 1993.

Rocha, João Gomes da. Lembranças do passado: Dr. Robert Kalley. Rio de Janeiro, Novos Diálogos, 2013.

SIMONTON, Ashbel Green. O Diário de Simonton. São Paulo: Editora Cultura Cristã. Tradução de Daisy Ribeiro de Moraes Barros. 2002. 2ª ed.

 

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